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Felipe Vial

Manoela Vial

IO Felipe nasceu em 09/04/1990...

Lindo, saudável, foi muito mimado.

Logo que ele começou a andar eu notei que ele caia muito, mas a família dizia ser manha, para chamar a atenção.

Os médicos que eu o levei também.

Eu achava que havia algo de errado, mas acabaram me convencendo que eu estava vendo demais.

Qdo meu caçula, que é 3 anos mais novo que o Fe, começou a ganhar dele nas corridas eu resolvi leva-lo em todos os médicos do livrinho do convênio. Até que um ortopedista desconfiou da Distrofia Muscular Progressiva de Duchenne.

Daí até o diagnóstico definitivo na USP, foi quase um ano.

O Felipe estava com 6 anos.

Como eu havia ouvido os médicos comentarem o nome da síndrome, eu pesquisei.

Quando li toda a evolução da doença, perdi meu filho pela primeira vez. Aquele menino lindo, amado, iria perder a força muscular aos poucos, membros inferiores, superiores, diafragma (músculo que sustenta os pulmões), coração, músculos oculares, enfim...

Ele não passaria da adolescência.

Não há cura, nenhuma esperança real.

Eu contei pra ele, aos poucos, conforme ele ia perdendo a força muscular. Foi para a cadeira de rodas 3 meses antes de fazer 8 anos.Ele mesmo concluiu que não ficaria “velho” e que não me daria netos, falávamos sobre a vida e morte naturalmente, eu já tinha avisado que choraria sim e ficaria triste sim, sem ele aqui.

Ele disse que sabia e entendia. Combinamos que ele morreria primeiro, ele tinha receio que eu fosse primeiro, afinal, ele precisava de tantos cuidados, era tão dependente e só se sentia a vontade de pedir ajuda pra mim.

Claro, tinha o pai, irmão, amigos, tias, mas ...

Vcs entendem! Felipe é um ser muito especial, ele suportava suas limitações valentemente, sorrindo, dizia que acreditava que havia escolhido esta vida, então reclamar com quem? Com 19 anos, fez uma cirurgia na coluna, ganhou quase 90 pontos, com aquela dor que imagino, sorria para pedir morfina, como se estivesse brincando.

Ele dizia que era forte por mim, uma gentileza dele que procuro seguir agora.

Partiu para a pátria espiritual aos 21 anos em 17/06/2011.

Estava em casa com o pai, o irmão e a cunhadinha. Eu cheguei em casa as 18 horas e todos estavam dormindo pesadamente.

Demoraram para abrir a porta pra mim. Nunca havia acontecido isto, entrei em casa dando bronca em todos, quando ascendi a luz do quarto e olhei para o Fe, na hora percebi que ele havia partido. Chamei por ele, tentei ressuscita-lo com umas manobras de fisio respiratória, ele estava quentinho ainda...

Chamamos o SAMU, enquanto eles não chegavam, eu pedi para Deus cuidar dele pra mim, já sabia que não havia nada para fazer. Durante 15 anos eu sabia que ficaria sem meu filho, meu luto começou antes da morte chegar, mas com ele aprendi a não deixar nada pra depois, a viver o hoje. Eu falei EU TE AMO, o beijei, briguei e fiz as pazes, choramos e rimos juntos, sabendo que um dia a separação viria. O que me faz mais falta, é aquele olhar de amor que ele me dava quando eu chegava em casa do trabalho, e do EU TE AMO que ele me falava todos os dias, ele nunca esquecia, eu sim, na correria...

Tenho certeza que ele vive. Que para tudo há um propósito, não teria sentido se a vida fosse uma loteria macabra, onde o Felipe nasceu para viver com limitações físicas, enquanto seu irmão e seus amigos poderiam sair livres e felizes por ai.

Um dia vamos saber o porquê desta vida. Um dia iremos nos reencontrar e eu vou beijar muito aquela bochecha fofa!

 

´´ aqui na terra ele não podia andar, más agora ele ganhou asas de anjo``

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